Esperança de um futuro melhor foi o sentimento que conduziu a solenidade de certificação de 75 pessoas que concluíram a sexta edição da Escola de Costura, um projeto realizado pela Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque e Região (AmpeBr), em parceria com a Prefeitura Municipal. O evento ocorreu na noite desta quarta-feira, 14 de dezembro, no auditório do Instituto Federal Catarinense (IFC).
“Não adianta ter 600 vagas de emprego em aberto no Sine, as empresas precisando contratar, mas a ausência de mão-de-obra qualificada. A Ampe Brusque, através de um convênio com a Prefeitura, está fazendo a sua parte e contribuindo para que a nossa cidade seja, cada vez mais, equilibrada em relação à renda, trabalho e qualidade de vida”, afirma o diretor da entidade e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ademir José Jorge.
Segundo ele, o município costuma atrair olhares de pessoas de outros estados e países, por ser referência em qualidade de vida, mantendo índices expressivos em segurança pública, saúde e educação. “Porém, é preciso ter consciência de que pessoas sem qualificação terão mais dificuldade de acesso ao mercado”, destaca.
Para o presidente eleito da AmpeBr para a gestão 2023-2024, Mauro Schoening, que assumirá a presidência da entidade no próximo ano, presenciar o ato festivo de certificação de 75 novos costureiros (as) é motivo de satisfação e alegria. “Na minha empresa, inclusive, uma pessoa já se apresentou com o diploma da Escola de Costura. Fiquei feliz em contratar ao saber que havia este conhecimento de base, sobre como operar uma máquina de costura”, releva.
Presente no evento, o prefeito de Brusque, José Ari Vequi, demonstrou satisfação em apoiar este projeto, enquanto chefe do Executivo Municipal. “Quando as pessoas chegam de outras cidades, nem sempre estão habituadas com o nosso mercado têxtil e de confecção, algo que é natural para quem mora em Brusque. Por isso, ter essa oportunidade facilita a vida. Os formados vão conseguir um emprego, ter dignidade e o sustento de uma nova profissão”, detalha.
A coordenadora da Escola de Costura, Maria Isabel Daroceski, comemora a sexta turma de formados. “São 75 pessoas prontas para o mercado de trabalho. A maioria já está empregada. Outras, iniciam a carreira na área da costura em janeiro, por nossa indicação. Estamos felizes que as próximas três turmas do projeto já estão garantidas, graças ao convênio com a prefeitura”, explica.
Sonhos realizados
Com 63 anos de idade, há seis meses a paranaense Dilméia Ajala chegou em Brusque, com o propósito de realizar um sonho: ser costureira. “Tenho um filho que mora em Blumenau. Mas preferi me instalar em Brusque, que é conhecida como a cidade da costura. Ainda não estou empregada, mas sigo em busca de oportunidade e já vislumbro um novo aprimoramento neste setor. Sempre tive o sonho de ser costureira”, conta a formada, que trabalhava com estética e como cuidadora de idosos.
Iolanda da Silva Barbosa, 33 anos, é natural de Alagoas, mas há 14 anos mora em Brusque, onde já trabalhou como metalúrgica, auxiliar de produção e revisora. Para ela, ser costureira era um sonho distante. “Sabia da necessidade de diploma e de experiência, algo que nunca tive acesso. Quando vi a divulgação da Escola de Costura da AmpeBr decidi me inscrever e fui selecionada. Agora, sigo em busca da prática e logo devo assumir uma vaga de costureira na empresa onde trabalho”, diz a formada, com a expectativa de melhorar a renda da família e com a segurança de nunca mais ficar sem emprego.
O haitiano Dumas Emmanuel, 36 anos, foi um dos homens formados durante a solenidade. Já dominando bem o idioma, ele garante que foi uma experiência positiva concluir o curso e que agora torce por novas oportunidades. “Vou procurar emprego na área da costura e isso vai melhorar quase tudo na minha vida. Espero ganhar mais dinheiro e ter uma vida melhor”, projeta ele, que atualmente trabalha em uma indústria de reciclagem.