Conhecer as tendências do Inverno 2023 e se integrar ao movimento mundial de produtos e processos mais sustentáveis foram temas da palestra promovida pela Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque e Região (AmpeBr), em parceria com o Senai, através do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT). O evento gratuito reuniu empresários e profissionais do setor de moda, na noite desta quarta-feira, 28 de setembro, no Cine Gracher Havan.

“Após dois anos de pandemia, temos a alegria de retomar essa parceria com o Senai/CETIQT, que é uma referência nacional em termos de moda. Esta reaproximação é um momento importante, já que o Senai sempre foi bastante presente na história da AmpeBr e a nossa expectativa é que palestras assim voltem a acontecer antes do desenvolvimento de novas coleções”, comenta a presidente da Ampe Brusque, Sandra Neli Werner. 
Segundo ela, embora a primavera tenha recém-começado, a indústria da moda trabalha com antecipação e precisa finalizar sua coleção de Inverno 2023 entre os meses de novembro e dezembro deste ano. “Em janeiro temos a Pronegócio e todos estarão preparados para surpreender os compradores”, comemora Sandra. 

Simbiose
A palestra sobre as tendências do Inverno 2023 foi ministrada pelo Doutor em Comunicação, designer de moda e pesquisador, Thierry Coutinho, do Rio de Janeiro. Ele tem experiência em processos criativos e metodologias projetuais, que aplica no desenvolvimento de coleções e produtos de moda mais inteligentes e sustentáveis. 
Durante a explanação, Coutinho apresentou uma pesquisa deste ano, sobre a macrotendência do Outono/inverno 2023. O objetivo é que os conceitos informados possam ser traduzidos em elementos de design, que agreguem valor ao desenvolvimento e produção de moda. 
“Já a simbiose é um convite para que as pessoas se enxerguem neste mundo como uma entre tantas outras espécies e que tenham a capacidade de aprender com isso. É olhar para a natureza e pensar como é possível trazer essa realidade para dentro da indústria da moda, enquanto produtor”, explica o palestrante. 
Segundo ele, esta tendência mundial foi reforçada pela pandemia. “Vimos nesse tempo como a natureza tem a capacidade de se autorregenerar. Então, refletimos não apenas sobre o próximo inverno, mas sobre as nossas próximas ações, em relação à escolha de materiais, revisão de processos, a maneira de trabalho e a condução da indústria da moda”, afirma Coutinho.
Para o palestrante, muitas empresas ainda pensam que a sustentabilidade está relacionada à ideia de um produto verde, reciclado ou reaproveitado. “Mas ela pode e deve estar presente em todas as etapas, desde a concepção, desenvolvimento, produção e, inclusive, a maneira como a peça é comunicada e comercializada. Em todo o processo cabem medidas autorregenerativas e mais amigáveis ao meio-ambiente e à sociedade”, enfatiza. 

Em busca de conhecimento
A estilista e modelista Ivone Pimentel era uma das participantes do evento. Segundo ela, a coleção de Inverno 2023 já está bastante adiantada na empresa, por um motivo bem especial: ela aguarda a chegada de sua primeira filha, Maria Helena, para dezembro. “Vou sair de licença-maternidade, mas deixo tudo pronto. Vim nesta palestra para confirmar as tendências”, afirma a profissional que já trabalha, inclusive, com a coleção do Verão 2024. 
Para Ivone, a sustentabilidade também é uma preocupação da empresa, ao mesmo tempo em que se torna, cada vez mais, uma exigência dos clientes. “Mudamos alguns fornecedores para buscar uma tag mais sustentável e já percebemos esse movimento do mercado”, relata. 
As empresárias Eulina Souza e Michele dos Reis confirmam esta busca por processos que favoreçam a preservação do meio-ambiente. “Nós utilizamos algodão sustentável de um projeto que certifica agricultores do Brasil e participamos de várias palestras que nos permitem rever nossos processos”, detalham. 
Já a empresária Amanda Bolognini, sempre envolvida com o processo de criação, ressalta a importância da palestra. “Esta formação chega no tempo correto, para que possamos produzir e entregar as peças em tempo hábil ao lojista”, pontua.